Por que você nasceu? Já se fez essa pergunta alguma vez? Se já pensou sobre isso e ainda não teve resposta, preste atenção na história que vou contar. Era uma velhinha que havia perdido toda sua família na guerra. Vendeu a grande casa que possuía e morava agora num pequeno cômodo no canto da sua antiga propriedade. Um dia ela soube que um jovem de 17 anos tentara o suicídio jogando-se no mar. O rapaz era metade negro, metade japonês, e fora salvo pela polícia contra sua vontade. Estava cheio de ódio, revolta e total desespero. A velhinha foi à polícia e pediu permissão para ver o moço. Tendo em conta a pessoa que era, os policiais a deixaram falar com ele. - Menino, disse ela. O rapaz voltou-lhe a face mas permaneceu sentado, feito pedra, indiferente a tudo e a todos. A velhinha tornou a falar-lhe, suavemente, lentamente, e com muito carinho: - "Menino", então você não sabe que veio ao mundo para algo maravilhoso, que só você pode fazer? Depois de ter repetido isso várias vezes, Jorge voltou-se subitamente para ela e perguntou com ironia: - Um negro? Um filho que não tem pais? Calmamente a velhinha insistiu: - Porque é negro, porque não tem pais, é que pode fazer algo maravilhoso. O jovem riu e considerou: - Sim, é claro. E a senhora quer que eu acredite nisso? Mas a senhora não se perturbou e falou-lhe novamente: - Venha comigo e eu lhe mostro. O rapaz, um tanto desconfiado, resolveu acompanhá-la, afinal não tinha para onde ir... Ela levou-o para seu pequeno cômodo e pediu-lhe que cuidasse do jardim. Era uma vida simples, mas aquela mulher o tratava com muito amor. Pouco a pouco a revolta começou a ceder. A velhinha lhe deu sementes de rabanete e lhe pediu que semeasse. Ele atendeu. Em dez dias as plantinhas brotaram. Jorge começou a assobiar. Poucos dias depois os rabanetes apareceram e com eles a velhinha fez conservas deliciosas e deu de comer a seu jovem amigo. Um dia, com um pedaço de bambu, ele fez uma flauta. Passou a tocar e alegrar sua própria vida e dar grande felicidade à velhinha... Pouco tempo depois, a avó adotiva o fez matricular-se no colégio. Durante os quatro anos do ginásio, continuou a plantar vegetais, e ajudava também fazendo artigos de couro. Enquanto freqüentava a universidade à noite, Jorge ajudava nas obras do metrô. Formou-se e foi trabalhar numa escola para cegos. Seus alunos tocavam com as mãos os ombros fortes e jovens de Jorge e diziam: - Oh, você é tão grande, tão forte! É porque seu peito é largo que você tem fôlego para tocar a flauta, não é? Quando você toca, consigo entender a forma e as cores de uma porção de coisas. Após ouvir aquelas coisas de seus alunos cegos, Jorge finalmente chegou em casa e falou à velhinha: - Agora realmente acredito que há algo maravilhoso que só eu posso fazer. E aquela senhora, de cabelos alvos respondeu: - Sim, meu filho, todos nós temos uma razão para viver. Todos nascemos para uma tarefa muito especial que só nós podemos executar. E, por fim, perguntou ao jovem: - E se você não fosse negro e não fosse órfão, será que teria pena dos que não enxergam? Pense nisso...
Você também nasceu com um dom maravilhoso, que só você pode ofertar. Pode ser um sorriso de carinho às pessoas à sua volta, sua família, seus colegas; ou apenas um gesto carinhoso para alguém que atravesse o seu caminho. Afinal, não procuramos uma razão para ter nascido e algo em que valha a pena gastar o nosso tempo no mundo? Portanto, lembre-se sempre de que você veio ao mundo para algo maravilhoso, que só você pode fazer.
A vida tem cores que por vezes não percebemos , tem sons que nem sempre ouvimos, tem sabores que não provamos, armadilhas que nós mesmos armamos, e caminhos, muitos caminhos, que ainda não percorremos.
Falta-nos tempo para apreciar os detalhes. Assim, deixamos o tempo, precioso tempo, escorrer pelos dedos da mão.
Filhos que crescem e não percebemos, amores que vão se desfazendo, caindo na rotina massacrante, e não percebemos.
Envelhecemos e abandonamos nossos sonhos, passamos pela vida e reclamamos, um ano começa e quando vemos, já acabou sem ao menos termos vivido.
Nossas orações são ladainhas repetidas, expressões vazias da nossa desilusão, Deus no trono distante, nós na Terra errante...
Não há mais tempo para a vida, apenas para os compromissos inadiáveis da nossa agonia, somos empurrados pelo consumismo, somos esmagados pelas dívidas, pelo preço de viver.
Na luta diária da sobrevivência não há tempo: para poesia, flores, sentar no chão, andar descalço, comer com a mão, namorar na praça, andar sem direção ter com Deus uma comunhão...
Estamos fugindo do encontro crucial entre nós e os nossos sonhos, entre o que queremos e o que não temos, entre o que imaginamos e o que é. E fica no ar a pergunta: para onde vamos?
Que você vá rumo a felicidade, descobrindo que a vida é um presente sem igual, que Deus oferece para alguém especial, sentindo a brisa da manhã que convida, para a vida que se abre em flor, desejando pra você: muita paz e muito amor. Eu acredito em você