Olá Alfacinha! Diz-se que por vezes que "a lingua Portuguesa é muito traiçoeira" aqui em Portugal, porque ás vezes a mesma palavra, escrita e lida da mesma maneira, tem outro significado por estar noutro contexto, ou então noutros casos, é a forma, o tom da voz como as coisas são ditas que exprimem correctamente o seu significado.......e é por isso que o meu "obrigada" no ultimo comentário que fiz me pareceu pouco, para agradecer o"Asteróide Maria". Sobre a sua "luta" com a lingua Portuguesa, deixe-me dizer-lhe que a acho admirável, e que me surpreende os seus progressos. Eu já comprei dois DVDs que ensinam, ou digamos tentam ensinar a falar Flamengo, e pouco consegui...... Li no seu Blog um poema que gosto muito, de Camões - "Mar Português", e hoje envio-lhe um que não sendo conhecido, considero muito bonito;Espero que goste. cumprimentos, Maria
Alto da Mãe de Deus<?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />
Subia-se a colina ardente de Verão
Entre retalhos de sombras p ´la estreita viela
Do Alto da Mãe de Deus se deparava então
Ponta Delgada aos pés de u´a igrejinha singela.
Era um mosaico cubista em matiz, a cidade
Com os telhados das casas de telha encarnada
Um bordado de luz, de paz, suavidade
Naquel´hora de paz, naquel´hora de calma.
Via-se o monte da Lagoa todo verde ao longe
O negro calhau na Calheta lá embaixo
Essa minha cidade fronteiriça ao horizonte
Por alma mil casa, varanda e terraço.
Na melancolia de um paredão ali velho
Podia-se ler a linguagem dos muros,
Quintais e jardins, janelas, mistério
Chaminés, segredos de pedra difusos.
Araucárias gigantes em jardins de luxo
Palmeiras com frondas verdes, tropicais
buscavam a altura fugiam ao barulho
Transcediam os espaços presos dos beirais.
Barco meu de saudade, de ruas a mole
Tinha a linguagem de terras do sul
Com suas casa caiadas, cheia de cor e de Sol
Com o mar manso aos pés, um brilhante azul.
Via-se a minha casa entre o mar de outras casas
Entre estufas brancas, em fila a sonhar
Afogada entre muros, paredes, mansardas
A quem procurávamos tal a estrela Polar.
Nunca mais voltei em séculos que há
Ali aquele alto onde criança andei
P´la mão de meu pai sobre o muro que dá
Sobre aquela cidade onde vivi e sonhei.
Nunca mais escutei os segredos do Atlântico
Junto áquele oráculo cheio de saudade
Nunca mais voltei a lugar tão romântico
Como aquele alto da minha cidade.
Silvério Gabriel de Melo
Bad Kreuznach, Alemanha
19-05-2009 om 17:55 geschreven door Maria
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