As férias
Na costa, em frente da praceta onde os vendedores ambulantes oferecerem suas mercadorias, situa se um giríssimo eléctrico antigo, durante a estação de verão é utilizado como cafetaria.
O dono era um homem bondoso andava sempre bem-disposto e nunca o faltava dizer uma palavra amável aos seus clientes.
Engraçado para observar era que a cada passo o gerente fizesse, seguiria ao lado dele um cão. Não era um mastim, antes pelo contrário uma cadela de raça impura, graciosa mas um pouco chanfrada de alegria
O dono era um bom comerciante. Aquilo que teve encomendado estava sempre acompanhado por alguma coisa comestível, uns ovos cozidos, azeitonas ou bolinhos de bacalhau. -No caso os senhores tenham apetite dizia ele amavelmente.
Numa tarde quente, voltámos à praia, parávamos mais uma vez na sua esplanada para desfrutar algumas cervejinhas frescas. Quando o dono trouxe as cervejas em companhia do seu amigo de quatro patas, pôs na mesa-de-cabeceira, uma travessa, uma espécie de grelhador, representando um porquinho.
-No caso os senhores estiverem com fome, eu poderia grelhar umas salsichas, dizia ele amavelmente. Por curiosidade acendemos a provar uma salsicha, grelhado num porco de pedra.
Regou aguardente no fundo do porquinho. Não sabia por qual razão, ou estivessem as chamas demasiadas altas ou o calor demasiado intenso, a salsicha começou a mexer, no início mexia um pouquinho mas seguidamente muito violento. De repente, como se fosse para salvar a vida, saltou da mesa no chão.
Ao ver esta situação cómica, não podia me reter, desatei a rir, as lágrimas meu correram sobre as faces, não conseguia acabar de rir.
O dono estava aborrecido e agitado e com rosto rubro exclamou ;
-Este chouriço no chão é para skipper. Anda cá skipper, anda cá Mas skipper já estava a trincar às escondidas a ração extra.
O dia seguinte a cadela gorda e bem nutrida, estava a esperar nossa volta, abanando a cauda contentemente.
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