Evidentemente,choramos a falta das vítimas mortais, mas um dia de tempestade com vento violento dá outra dimensão nossa sociedade. Como se fosse levantado pelo furacão, a solidariedade vinham das mais profundas fendas ou ao menos a ilisão.
Claro havia muita desgraça, telhas soltas, árvores arrancadas, carros esmagados. De repente, mulheres, camponeses e outros foram soprados das suas bicicletas, uma tromba não se deixa parar. Tal um tempo tempestuoso também tem a sensação da redescoberta. De repente ouvimos falar dos serviços públicos. Saudamos os bombeiros. O caminho-de-ferro parece se que tenha oferecido aos viajantes encalhados, café e bolos. Que o carteiro tardou mais que uma hora ninguém se preocupa - Não há choradeira. Desta vez bradava sobre as auto-estradas a agressão do vento e chuvas de pedras e não os carrascos da velocidade.
A individuação apanha uma pancada do temporal. Os homens e mulheres dos serviços de socorro sempre estão passados por alto no tempo calma, mas, agora com o mau tempo, punhados em foco nas notícias fazem figura.
Um pequeno desastre torna-se em lucro, cresce alguma coisa como o calor de solidariedade num dia de ventania. A alegria de mal alheio lasca na força de solicitude. Finalmente mesmo partilharíamos junto o nosso pão.
Na internet já no início da tempestade um apelo aos leitores "procura a melhor fotografia do furacão" diga-me, afinal ficamos todos voyeurs com ou sem rajadas nas costas. Quem não gostaria de ver, uma donzela que fosse soprada fora das peúgas.
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