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Em Julho, quando fui de férias a costa de Caparica visitei para primeira vez Monsaraz, vila alentejana perto da fronteira espanhola, uma viajem longinha que parece se situar nos confins do mundo, Duas horas e meia andámos de carro. Partimos dez e dez da manhã, quarta-feira para evitarmos as estradas cheias de gente que vai ao fim-de-semana.
As vinhas, os olivais e pinhais sucedem-se na paisagem ondulante, As estradas novas vão em linha estreita pelas aldeias brancas e vilas pitorescas. Nosso alvo aproxima-se aos 90 quilómetros por hora. O calor cresce com cada meia hora que passou. Saímos a estrada em Évora e continuámos pelas vias regionais, o que é que mais agradável.
Ao longe eu via o castelo com as suas muralhas intactas e casinhas brancas dentro. Proibido estacionar na vila, o carro parou bruscamente, levantando uma nuvem de poeira, ali na sombra escassa duma oliveira abrigo o carro. Temos uma vista esmagadora sobre o Guadiana, aqui já inchado pela barragem de Alqueva, a represa situa -se à distância longa de cinquenta quilómetros, retém as águas necessárias para a agricultura e as piscinas algarvias. (Alguns pormenores -capacidade total -4150 hm3 -espelho de agua 250 km -comprimento da albufeira 83 km - margens 1160 km.)
Monsaraz, vila branca de formação medieval, habitada desde os tempos pré-históricos, testemunham os menires nas redondezas. A proximidade do rio Guadiana explica a ocupação de vários povos deste sítio. Num cume alto com excelentes pontos de defesa. O núcleo crescerá sob os visigodos, árabes, moçárabes, judeus até ser definitivamente cristianizado no século treze.
O período dos mouros tinha sempre a minha interesse, porém, nos folhetos e brochuras turísticas oferecido faltaram a informação necessária ou (os portugueses) escrevessem com grandes rodeios sobre a ocupação dos árabes ou esquecessem mencionar a importância da cultura árabe na vida alentejana. Felizmente pertence isto ao passado e reconhecem os portugueses a importância e valor da história e cultura árabe.
Monsaraz (Saris) pertenceu ao grande reino de Badajoz, estando portante dentro de um dos maiores focos de irradiação da cultura árabe, também um grande núcleo de cultura judeus pois o islão era tolerante. Depois da reconquista de Évora pelos cristãos, partiu uma expedição para conquistar Monsaraz (Saris) Em 1167 foi conquistado por Geraldo Sem Pavor um bandita que para salvar a própria vida tinha conquistado a vila em nome do rei de Portugal. Seis anos depois, na sequencia da derrota de D. Afonso Henriques em Badajoz volta novamente em poder dos árabes por mais que 50 anos. Em 1232, auxiliado pelos templários, a reconquista definitivamente da vila Monsaraz. O núcleo demográfico era então constituído por cristãos, moçárabes árabes e judeus mas a repovoamento definitivo ocorreu só em 1276.
Entretanto visitamos a vila com as suas casinhas caiadas, branco como neve. Passamos rente das casas para aproveitarmos o máximo da sombra. O sol implacável não poupa ninguém neste momento do dia. Na igreja matriz domina uma frescura alivia , aliás vale a pena visitar, o retábulo é duma beleza excepcional.
Mas afinal, deixamos falar as fotografias porque não há suficientes palavras na minha alcança para exprimir a beldade de Monsaraz.
A poucos quilómetros da Aldeia Grande onde já tivemos caminhado, há os restantes duma via romana, por isso, só para matar nossa curiosidade tomámos uma olhadela, Porém perdemos o caminho e quando decidimos voltar de novo para estrada vimos uma senhora acenar com o braço. Ela viva numa casinha em linha com quatro outras casas, todas bem amanhadas.
Sabíamos rapidamente, porquê, a curiosidade dela. Foi casado com um belga e tinha vivido na Bélgica durante vários anos. Soa um pouco amargo pelo facto que o marido queria viver em Portugal. A vida era tão boa na Bélgica e agora estava sozinha e sentia a falta da vida fácil. Ficámos ouvir cortesmente para lamentações da senhora, após algum tempo perguntei onde se situa a via romana, mas ela continuava falar queixosamente.
-Pode encontrar no fim da rua disse ela, e continua sarcasticamente
- Chama-se uma via romana mas é só pedras de escândalo.
O carro, tenho estacionado defronte das casas na sobra duma oliveira. Dirigimos para a via antiga. Uma tabuleta com a história dava uma resuma. Leio de voz alta, a calçada romana do Viso, com cerca de 2000 mil anos, partir do porto fluvial de Equabona (Coina) e assegurava a ligação de Olisipio (Lisboa) a Cetóbriga (Setúbal) de onde seguia em direcção a Salácia (Alcácer do sal) passando por Ébora (Évora) e atingindo Emérita Augusta (Mérida, Espanha)
A via sobe fortemente entre os pinhais para cima, sinto-me agitado pelo facto andar sobre uma calçada de dois mil anos. Atingimos afinal um arrabalde de Setúbal, de boca aberto de grande espanto vimos, além o rio Sado e ao longe Tróia numa vista incrível bonita.
Ao ponto de partido, o carro ainda ficava na sombra. Um cãozinho, ladrando, pula constantemente contra as minhas pernas. Desde um rafeiro me mordesse, tenho sempre comigo, na alcança da mão, na bolsa uma guloseima.
No início, comprei bolachas mas os cães daqui franziram o focinho não as têm gostado. Agora tenho uma salsicha seca para lhe oferecer. O cão, seu dono sai da casa. Perguntei o,
- Posso dar uma salsicha ao cachorro?
O homem de barba comprida e cabelo grisalho acena com a cabeça de sim. Falava muito bem português com um sotaque ligeiro de estrangeiro. Provavelmente, um velho adepto de Flower Power que perdi a coração por uma beldade portuguesa. Vindo de Hamburgo , vinte e tal anos passados e encontrava ali uma vida sossega. Aquele dia de encontros inesperados dei com duas pessoas que vivem a dois passos um ao outro na mesma rua e ambos sentem a vida portuguesa numa maneira diferente.
Tempo a sobra, fugimos do calor e tráfego ruidoso e, sentamo-nos na esplanada da cervejaria: de pelikaan, o Pelicano, lijnwaadmarkt, ali à sombra debaixo uma das seis tílias decenais num largo encantador, fronteira à catedral da Nossa Senhora. O frescor e o sossego dão um alívio que nos deixa recuperar do calor.
A cervejaria, interior sombra, ao lado do balcão um Juke-boxe antigo, para muitos jovens já vistos com um objecto hilariante e como se fosse os anos sessenta do século passado toca Yesterday .Cá a clientela de dezasseis até noventa e nove anos vem para beber a sua cerveja diária, uma conversa animada nunca falta, pois um verdadeiro Sinjoor tenha sempre uma opinião sobre tudo e toda a gente menos sobre a sua própria pessoa.
O dono, uns vinte e tal anos, estatura dum jogador de basquetebol, sorriso cordial, serve-nos uma deliciosa Rodenbach à pressão. Rodenbach conhecida principalmente pelo sabor ligeiramente azeda e frutuosa, o líquido ideal por um dia de calor.
À mesinha vizinha quatro cacarejantes de brasileiros, falavam de voz alta, embora ficassem calados e surpreendidos, ao ouvir os sinos tocar um velho canção flamengo popular. Eu não entendi aquela cascata de palavras, mas ouço dizer " que lindo".
Acabamos de matar gulosamente a sede e já trazem a seguinte.
Na costa de Caparica as águas do mar estão tão frias que mesma durante os meses de verão e, apesar o oceano deveria ser aquecido pelas horas seguintes do calor solário, fica frio. Tão frio que não consigo tomar à vontade um salto no mar. No entanto , há momentos corajosos na minha vida, depois de uma cerimónia de ir ou não ir atreverá cautalosamente mergulhar no mar espumante. Ah que frio!
Embora se quiser evitar as olhadelas de troça dos outros nadadores, tenho uma solução brilhante para aqueles que não gostam dos arrepios de frio nas costas como eu.
A solução, a Lagoa de Albufeira, apanha ao mesmo tempo quatro moscas numa só bofetada.
Primeiro, a lagoa e de uma beleza ainda não poluída de gente e casas. Segundo, a água do mar só entre à maré montante e enche a lagoa com águas limpas necessárias para a cultura de mexilhões e outros bichos que servem para cozinha culinária.
Terceiro, a temperatura ainda não pode ser um problema para os corajosos entre nos para que esteja vários graus mais elevados. Quarto argumento para ir lá. O retiro do conde, estabelecimento extremamente bom, sobre a qualidade não há discussão, o serviço à mesa é simples e profissional, os preços são modestos e a casa sempre bastante lotada.
Adorei a caldeirada, a salada de polvo, a sapateira, as cadelinhas, os segredos do porco preto, o peixe-espada, a carne de porco alentejano, o bolo de bolacha, a mousse chocolate, as cerejas, o vinho ao preço de pipa, o café com um golo de Macieira.
Entro no talho ao pé do mercado municipal, sou o único cliente, o dono de talho, barrigudo e mau disposto, ainda não tem tempo para me aviar, está a telefonar. Espero pacientemente, o homem ainda não acabou a telefonema mas faz um gesto irritado com a cabeça.
-Que precisa?
Eu apontava para as aves de capoeira na montra " uma galinha por favor."
- Galinha, não tenho se queira uma galinha tenha de ir ao talho no fim da rua principal, responde ele rudemente.
Saio o talho com um encolher de ombros, a montra está cheia de aves de capoeira mas recusa vender nem uma. Não percebia a atitude desse homem.
No talho no fim da rua principal ia tudo numa maneira jovial e correcta. Lá ficavam galinhas a vontade. Cheguei contentemente na casa com uma galinha robusta e de cor boa.
Infelizmente, porém, mesmo depois duas horas não a consigo frigir bem passado na frigideira, a carne ficava dura e incomestível. Decidimos afinal para ir ao restaurante Zita conhecido e formoso então pelos seus frangos excelentes e mesmas as tortas tenha fama.
Concluo que aprender uma língua estrangeira na escola é uma coisa boa mas a verdadeira língua tem que aprender na vida real.
Então explique, uma galinha na quinta fica uma galinha como um galo na quinta fica um galo, mas a mesma ave de capoeira, a galinha, no talho torna-se een soepkip e, een braadkip chama-se no talho frango, e na capoeira da quinta é o frango um galo novo.
Os três aldeões estavam decentemente acostado à parede
ª
Caminhantes destemidos que somos, tínhamos dificuldade subir a estrada escarpada em curvas. A falta de uma vereda e o facto que o sol estava na posição mais elevada no céu não faziam melhorar a situação de nossa condição. Por isso decidimos parar na primeira cervejaria que encontramos para repousarmos de nossos sofrimentos. Um poste indicador chamou nosso atenção em letras grandes " mesquita"seguimo-lo e andamos pela aldeia pitoresca e branca como neve Murfarém. A mesquita, museu de azulejaria e etnografia árabe estava fechado. Não hava ninguém na rua, nem loja nem cervejaria nada, só uma associação dos moradores. O estabelecimento era sóbrio e pintado branco com faixas largas azul. Alguns locais ao balcão e, na parede o retrato do revolucionário Ché ?
A conversa foi feita facilmente com os locais por causa a sua curiosidade, dois turistas à visita numa aldeia que parece esquecido por Deus.
-Sim, Sim Senhor, estiveram lá mas, o museu estava fechado.
- Ah! Se quiserem visitar vou buscar alguém com a chave.
-não, não precisa, obrigado.
No momento em que queremos partir, estava três pessoas enfrente nosso. Um homem com a chave na mão e dois rapazes. Penso que os rapazes estivessem cá no caso precisassem de traduzir, sei lá?
A mesquita usada anterior como capela tinha uma montra com alguns espólios dos tempos remotos e um grande azulejo árabe no meio.
O homem de chave afastou um tapete gastado ao pé do altar, apareceu uma pedra enorme com uma argola grande.
- Isto é um caminho subterrâneo, em tempos de guerras ,os habitantes usaram o caminho segredo para fugir. Dizia ele com ar misterioso
-já o desceu ?
- Não, não é perigoso por falta de oxigénio.
Calado, dizemos sim com a cabeça
Os três aldeões estavam decentemente acostados contre a parede da mequita numa fila e com os seus semblantes escuros, cabelo e olhos pretos, não era difícil imaginar que ,estavam cá ainde familiares afastados dos Mouros. Aliás a aldeia Murfarém é a mais antiga aglomeração de Almada , situa-se no ponto mais elevado nos arredores e tem uma vista espectacular sobre o Tejo e Lisboa.
Durante as férias os turistas costumam ficar pendurados na praia ou nos centros antigos das cidades, mas as vezes valem a pena deixar os caminhos sabidos para não ir à beira mar ou para visitar mais uma igreja escura, mas pois, descobrir lugares e sítios que ainda não têm perdido as suas originalidades do passado.
1-Escolhe por um dia nublado quando quiser caminhar. O calor no interior é sem dó nem piedade. 2- Não esqueça trazer contigo uma garrafa água fresca. 3- calce-se um par sapatos resistentes.
Nas redondezas da lindíssima Serra de Arrábida.
Estacionei o carro atrás o primeiro semáforo em Aldeia Grande; ao pé duma casa de pasta onde os locais, pedreiros e os seus serventes vão comer o almoço com a vontade de quem está em casa.
Ao semáforo tomamos a primeira rua, uma ladeira ,e depois seguimos o alcatrão por baixo até ao fim. Onde a rua acaba ,há a esquerda um portão de uma quinta bem amanhada e ,ao outro lado um jardim vedado dentre eles um pouco escondido um via para peões, mas primeiro tem de passar pela pontinha sobre uma ribeirinha, nesta estação do ano quase secado pela falta de chuva. Entramos num ambiente protegido, o vale de ribeirinha. A paisagem é duma beleza virgindade, uma diversidade de colinas com vinhas ou conjuntos de sombreiros e pinheiros e, no fundo a eterna serra.
As flores selvas à beira do caminho atraem insectos estranhos e um grande número de passarinhos minúsculos fugiam em bando para árvore seguinte, a cada passo que aproximamos. As colmeias zumbem de actividade na charneca vizinha.
Encontramos a ruína da Quinta do Sisto perto da água. No Verão o leito da ribeirinha está quase sem água, mas, a pouca água que está lá continua a correr lentamente o seu curso, prosseguimos o caminho da água. Sob a abundância das árvores grandes aprovamos agradavelmente da sombra fresca, a luz filtrada pelas folhas turbilhona para solo, O vento sopra ligeiramente nas copas e deixa fremir as folhas secas, um momento ideal para repousarmos um pouco.
À outra margem, os espólios da Quinta do Esteval, em tempos remotos muita próspera. Seguimos olivais, um bebedouro para gado bovino, uma vedação estragada e ...
Aí que lindo! Como se estivéssemos entrados num outro continente ou chegássemos no paraíso. Que maravilhoso!
Estivemos excitados pela formosura de uma ladeada de palmeiras antigas com as palmas velhas espelhados às centenas no solo, ao longe uma granja intacta mas abandonada, guardado por quatro palmeiras altas.
Não quero ser mau,mas de quem é este domínio , talvez fosse de alguém que tivesse que fugir em 1974 ou um ricaço, antigo recém-chegado dos colonias ou alguém que tenha perdido o juízo.Seja quem for ,espero que a quinta e os arredores ficarem um paradiso .
Não quero ser chauvinista, mas quando vi o comercial da cerveja abadia, tinha dúvidas, é possível que possa imitar cerveja de alta fermentação de mesma qualidade ,como fabricada pelos monges dos mosteiros flamengos, lá onde se possuem duma experiência e requinte de centenas anos e tal!
O comercial de Superbock deixe pressupõe isto. Sei que certas sequências comerciais, mesmo apetitoso, só se podem publicar de maneira satisfatória quando se lhes acrescenta um exagero de superlativos. Ou para dizer numa outra maneira, dum apoio de referências valsas ou exageradas para dar mais valer ao produto novo tal qual a Superbock Abadia.
Aprovei e julguei que a abadia é uma cerveja boa mas absolutamente tem nada a ver com uma cerveja vindo dos nossos mosteiros, faltam certas ingredientes para ser uma bebida dourada.
Os portugueses gostam da cerveja abadia, bebem regularmente na cervejaria mas o que é que pensam sobre a bebida nova, julgando à maneira que lhas foi servida na mesa, todos os copos disponíveis na prateleira são bem para usar , mesmo copos em plástico.Por isso,penso que achem uma cerveja vulgar como todos outras cervejas no mercado português.É pena