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O Norte, o pulmão verde está a arder. Já visitei muitas vezes estas lindíssimas colinas verdes que amo de corpo e alma, mas pouco a pouco, anos após anos convertem se numa paisagem árida, que levará muitas e várias estações a restabelecer. Olhamos desolados para o fogo.
Na maioria não são fogos posto ou não haja criminosos quem atribuir a culpa desta desgraça. Uma cigarra atirada fora do carro ou um barbecue são suficientes para um início dum fogo descontrolado. Também há matas que não são limpas, os solos carregados de aparas secas são um fundo de perigo. Antigamente a apanha das ramas secas e da fagulha (para o uso doméstico) era considerado roubo pelos donos destas matas. Hoje seria uma bênção para uma região guarnecida de bosques.
Mas hoje os lavradores têm outros meios fáceis para aquecimento da casa ou o aconchego dos animais.A responsabilidade do governo para parar a desertificações e limpar as matas é grande, também tem de mudar os hábitos dos portugueses para fazer fogo ou um barbecue num ambiente verde. É urgente intervir pelo governo e civis. Enquanto há tempo.
A ponte desapareceu, sem problemas e silenciosa ,como um larápio numa noite molhada .Depois trinta e cinco anos . Claro, os adversários da demolição têm razões, o tráfego vai encontrar problemas no caminho. Mas somente, as primeiras semanas quando as escavadeiras têm que fazer as obras necessárias numa via em construção. Eu sei, com resultado, filas longínquas de carros .Depois será tudo esquecido e a vida continuará como se fosse nunca uma feia ponte enferrujada no centro urbano. Ainda já não a tenho na minha memória, e a maioria dos Sinjoren vira que seria boa. Agradecimento ao burgomestre Patrick Janssens e sua municipalidade.Merece uma medalha por isto.
Na altura a cidade era pobre, tristonha, hoje tem a faca e o queijo nas mãos para cativar todos os turistas do mundo. A cidade tem força e beleza, impressionantes são a largura do rio, Tróia, a fortaleza ( agora pousada, onde os turistas se sentam no muro antigo para tirarem fotografias) as praias próximas, o porto de pesca, formosos são os restaurantes de qualidade alta. Mas do qual goste mais do que tudo seja a charme do mercado municipal. Grande, popular, lindo e exótico, os frutos e queijos frescos, os peixes de cores bonitos e principalmente o grande movimento e a algazarra têm me influenciado muito.
As lojinhas, tamanho dum cubículo ,têm exposto suas mercarias numa maneira muito atraente e cheira bem, eu também não posso resistir a comprar na queijaria alguns queijos de cabra. A senhora com vozeirão e queixo dobro confirma a durabilidade deste produto láctico. Nas peixarias vejo os peixes deitados de lado com diferentes cores e tamanhos ,um prazer para os olhos.
Leio a tabela dos preços peixe: cantaril 12- pescada 7 - rose asso 13- abrótea 8 -cherne 21 se não estivesse afastado a sessenta quilómetros da minha residência tinha comprado algumas postas de peixe, com o calor fora não as posso levar comigo.
SOU... ... o único homem a bordo do meu barco. Os outros são monstros que não falam, Tigres e ursos que amarrei aos remos, E o meu desprezo reina sobre o mar.
Gosto de uivar no vento com os mastros E de me abrir na brisa com as velas, E há momentos que são quase esquecimento Numa doçura imensa de regresso.
A minha pátria é onde o vento passa, A minha amada é onde os roseirais dão flor, O meu desejo é o rastro que ficou das aves, E nunca acordo deste sonho e nunca durmo.
Em Julho, quando fui de férias a costa de Caparica visitei para primeira vez Monsaraz, vila alentejana perto da fronteira espanhola, uma viajem longinha que parece se situar nos confins do mundo, Duas horas e meia andámos de carro. Partimos dez e dez da manhã, quarta-feira para evitarmos as estradas cheias de gente que vai ao fim-de-semana.
As vinhas, os olivais e pinhais sucedem-se na paisagem ondulante, As estradas novas vão em linha estreita pelas aldeias brancas e vilas pitorescas. Nosso alvo aproxima-se aos 90 quilómetros por hora. O calor cresce com cada meia hora que passou. Saímos a estrada em Évora e continuámos pelas vias regionais, o que é que mais agradável.
Ao longe eu via o castelo com as suas muralhas intactas e casinhas brancas dentro. Proibido estacionar na vila, o carro parou bruscamente, levantando uma nuvem de poeira, ali na sombra escassa duma oliveira abrigo o carro. Temos uma vista esmagadora sobre o Guadiana, aqui já inchado pela barragem de Alqueva, a represa situa -se à distância longa de cinquenta quilómetros, retém as águas necessárias para a agricultura e as piscinas algarvias. (Alguns pormenores -capacidade total -4150 hm3 -espelho de agua 250 km -comprimento da albufeira 83 km - margens 1160 km.)
Monsaraz, vila branca de formação medieval, habitada desde os tempos pré-históricos, testemunham os menires nas redondezas. A proximidade do rio Guadiana explica a ocupação de vários povos deste sítio. Num cume alto com excelentes pontos de defesa. O núcleo crescerá sob os visigodos, árabes, moçárabes, judeus até ser definitivamente cristianizado no século treze.
O período dos mouros tinha sempre a minha interesse, porém, nos folhetos e brochuras turísticas oferecido faltaram a informação necessária ou (os portugueses) escrevessem com grandes rodeios sobre a ocupação dos árabes ou esquecessem mencionar a importância da cultura árabe na vida alentejana. Felizmente pertence isto ao passado e reconhecem os portugueses a importância e valor da história e cultura árabe.
Monsaraz (Saris) pertenceu ao grande reino de Badajoz, estando portante dentro de um dos maiores focos de irradiação da cultura árabe, também um grande núcleo de cultura judeus pois o islão era tolerante. Depois da reconquista de Évora pelos cristãos, partiu uma expedição para conquistar Monsaraz (Saris) Em 1167 foi conquistado por Geraldo Sem Pavor um bandita que para salvar a própria vida tinha conquistado a vila em nome do rei de Portugal. Seis anos depois, na sequencia da derrota de D. Afonso Henriques em Badajoz volta novamente em poder dos árabes por mais que 50 anos. Em 1232, auxiliado pelos templários, a reconquista definitivamente da vila Monsaraz. O núcleo demográfico era então constituído por cristãos, moçárabes árabes e judeus mas a repovoamento definitivo ocorreu só em 1276.
Entretanto visitamos a vila com as suas casinhas caiadas, branco como neve. Passamos rente das casas para aproveitarmos o máximo da sombra. O sol implacável não poupa ninguém neste momento do dia. Na igreja matriz domina uma frescura alivia , aliás vale a pena visitar, o retábulo é duma beleza excepcional.
Mas afinal, deixamos falar as fotografias porque não há suficientes palavras na minha alcança para exprimir a beldade de Monsaraz.
A poucos quilómetros da Aldeia Grande onde já tivemos caminhado, há os restantes duma via romana, por isso, só para matar nossa curiosidade tomámos uma olhadela, Porém perdemos o caminho e quando decidimos voltar de novo para estrada vimos uma senhora acenar com o braço. Ela viva numa casinha em linha com quatro outras casas, todas bem amanhadas.
Sabíamos rapidamente, porquê, a curiosidade dela. Foi casado com um belga e tinha vivido na Bélgica durante vários anos. Soa um pouco amargo pelo facto que o marido queria viver em Portugal. A vida era tão boa na Bélgica e agora estava sozinha e sentia a falta da vida fácil. Ficámos ouvir cortesmente para lamentações da senhora, após algum tempo perguntei onde se situa a via romana, mas ela continuava falar queixosamente.
-Pode encontrar no fim da rua disse ela, e continua sarcasticamente
- Chama-se uma via romana mas é só pedras de escândalo.
O carro, tenho estacionado defronte das casas na sobra duma oliveira. Dirigimos para a via antiga. Uma tabuleta com a história dava uma resuma. Leio de voz alta, a calçada romana do Viso, com cerca de 2000 mil anos, partir do porto fluvial de Equabona (Coina) e assegurava a ligação de Olisipio (Lisboa) a Cetóbriga (Setúbal) de onde seguia em direcção a Salácia (Alcácer do sal) passando por Ébora (Évora) e atingindo Emérita Augusta (Mérida, Espanha)
A via sobe fortemente entre os pinhais para cima, sinto-me agitado pelo facto andar sobre uma calçada de dois mil anos. Atingimos afinal um arrabalde de Setúbal, de boca aberto de grande espanto vimos, além o rio Sado e ao longe Tróia numa vista incrível bonita.
Ao ponto de partido, o carro ainda ficava na sombra. Um cãozinho, ladrando, pula constantemente contra as minhas pernas. Desde um rafeiro me mordesse, tenho sempre comigo, na alcança da mão, na bolsa uma guloseima.
No início, comprei bolachas mas os cães daqui franziram o focinho não as têm gostado. Agora tenho uma salsicha seca para lhe oferecer. O cão, seu dono sai da casa. Perguntei o,
- Posso dar uma salsicha ao cachorro?
O homem de barba comprida e cabelo grisalho acena com a cabeça de sim. Falava muito bem português com um sotaque ligeiro de estrangeiro. Provavelmente, um velho adepto de Flower Power que perdi a coração por uma beldade portuguesa. Vindo de Hamburgo , vinte e tal anos passados e encontrava ali uma vida sossega. Aquele dia de encontros inesperados dei com duas pessoas que vivem a dois passos um ao outro na mesma rua e ambos sentem a vida portuguesa numa maneira diferente.
Tempo a sobra, fugimos do calor e tráfego ruidoso e, sentamo-nos na esplanada da cervejaria: de pelikaan, o Pelicano, lijnwaadmarkt, ali à sombra debaixo uma das seis tílias decenais num largo encantador, fronteira à catedral da Nossa Senhora. O frescor e o sossego dão um alívio que nos deixa recuperar do calor.
A cervejaria, interior sombra, ao lado do balcão um Juke-boxe antigo, para muitos jovens já vistos com um objecto hilariante e como se fosse os anos sessenta do século passado toca Yesterday .Cá a clientela de dezasseis até noventa e nove anos vem para beber a sua cerveja diária, uma conversa animada nunca falta, pois um verdadeiro Sinjoor tenha sempre uma opinião sobre tudo e toda a gente menos sobre a sua própria pessoa.
O dono, uns vinte e tal anos, estatura dum jogador de basquetebol, sorriso cordial, serve-nos uma deliciosa Rodenbach à pressão. Rodenbach conhecida principalmente pelo sabor ligeiramente azeda e frutuosa, o líquido ideal por um dia de calor.
À mesinha vizinha quatro cacarejantes de brasileiros, falavam de voz alta, embora ficassem calados e surpreendidos, ao ouvir os sinos tocar um velho canção flamengo popular. Eu não entendi aquela cascata de palavras, mas ouço dizer " que lindo".
Acabamos de matar gulosamente a sede e já trazem a seguinte.
Na costa de Caparica as águas do mar estão tão frias que mesma durante os meses de verão e, apesar o oceano deveria ser aquecido pelas horas seguintes do calor solário, fica frio. Tão frio que não consigo tomar à vontade um salto no mar. No entanto , há momentos corajosos na minha vida, depois de uma cerimónia de ir ou não ir atreverá cautalosamente mergulhar no mar espumante. Ah que frio!
Embora se quiser evitar as olhadelas de troça dos outros nadadores, tenho uma solução brilhante para aqueles que não gostam dos arrepios de frio nas costas como eu.
A solução, a Lagoa de Albufeira, apanha ao mesmo tempo quatro moscas numa só bofetada.
Primeiro, a lagoa e de uma beleza ainda não poluída de gente e casas. Segundo, a água do mar só entre à maré montante e enche a lagoa com águas limpas necessárias para a cultura de mexilhões e outros bichos que servem para cozinha culinária.
Terceiro, a temperatura ainda não pode ser um problema para os corajosos entre nos para que esteja vários graus mais elevados. Quarto argumento para ir lá. O retiro do conde, estabelecimento extremamente bom, sobre a qualidade não há discussão, o serviço à mesa é simples e profissional, os preços são modestos e a casa sempre bastante lotada.
Adorei a caldeirada, a salada de polvo, a sapateira, as cadelinhas, os segredos do porco preto, o peixe-espada, a carne de porco alentejano, o bolo de bolacha, a mousse chocolate, as cerejas, o vinho ao preço de pipa, o café com um golo de Macieira.