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O célebre pub Inglês que se situa nos arredores da praça da Terceira apresenta na sua montra sempre cervejas estrangeiras e, a menina dos olhos são as cervejas belgas. É evidentemente, nesta cervejaria não há uma escolha abundante como pôde encontrar na Bélgica, mas aquilo que têm a oferecer, deitam no copo preciso. Talvez seja um pormenor para os ignorantes desta bebida dourada, mas os amadores de cervejas especiais apreciam aquela qualificação. Se serva uma cerveja de alta fermentação fabricada pelos monges num copo de plástico, é considerado no meu país como uma maldade contra a humanidade.
Entre nós, cada cerveja é servido num copo específico e a cerveja deve ter cada uma a sua temperatura ideal. Afinal, beber uma cerveja belga é mais do que matar a sede é gozar duma delicadeza. Se quiser experimentar a cerveja belga uma por uma até achar a sua preferida, toma em consideração que ainda há 450 cervejas a sua espera. Aqui nossa terra de Flandres muito mais que em qualquer outro país se manteve a tradição para fazer cerveja e somos o único que usa quatro fermentações diferentes.
No dia 21 de Julho 1831 Leopoldo primeiro jurou lealdade à constituição. Desde então celebramos esse dia como dia nacional. Uma revolta contra o rei holandês resultou de novo numa separação do antigo território na altura de Carlos quinto. Para a flandres era isto uma devolução desastrosa, nem todos gostam essa devolução, os holandeses fecharam o rio Escalda e Antuérpia perdeu bruscamente a sua prosperidade recuperada, também uma grande parte da próvincia Brabant onde se falou a flamenga ficava território holandês. No que se refere a luta linguística, talvez seja para um estrangeiro difícil a compreender mas há uma lei que tem determinado as fronteiras de Flandres e Valónia e Bruxelas como cidade bilingue. Talvez não sabe mas Bruxelas foi uma cidade onde a população só falava o flamengo. Pôde imaginar que os espanhóis ainda ocupavam Portugal e que Lisboa era completamente uma cidade espanhola e o português uma língua secundaria.
Férias: Perceber Lisboa é ouvir o fado e descobrir a alma dos portugueses. Na Alfama, há várias tabernas e restaurantes onde se cante o fado. Conheço Lisboa tal como a minha algibeira. Então, apesar disso estou um profano em matéria dessa canção. Porém, se eu tivesse sangue português nas veias, com certeza absoluta saberia para onde vai, mas agora não.
Pela busca nas ruelas encontrámos felizmente uma senhora, alfacinha de gema que nos indicou um restaurante com fadistas reputados e comida boa.
À entrada era o Santo António com o menino Jesus no braço que nos dava as boas-vindas. A sala de tamanho limitado era arranjada numa maneira caseira. O busto de Amália Rodrigues brilhava à parede junto com fotografias dos outros fadistas célebres. As empregadas eram donzelas de idade madura com aspecto de ser bons garfos. Traziam a saia bastante curta e um avental branco de engraçadas manchas. Estivemos sentados numa mesinha no canto da sala e podíamos observar discretamente os outros clientes e as actividades das empregadas.
Durante o jantar os violinos foram afinados. Uma senhora entrou na sala, tinha uma mancha de rouge em cada uma das faces, e a roupa de musselina ornamentado com flores não destoaria nenhuma mulher. O xaile preto pendia solto sobre as costas e braços. A fadista tossia para aclarar a voz e ganhar tempo para suster os nervos. Afinal, entoa um fado. As palavras junto com o som da guitarra abrirão em frente de mim um mundo dum povo que enfrentou o mar desconhecido, dos marinheiros, pescadores, ruelas e becos de Lisboa ...., as despedidas, o infortúnio, a saudade ,a fatalidade do destino, e a presença interna do mar e Tejo.
Trinta e sete por cento dos flamengos (Bélgica) têm uma caderneta de poupança de cinquenta mil euros. Isto explica que o flamengo seja o mais rico cidadão europeu.
O inquérito só estudava a poupança, não dava conta do imobiliário fixe. Também foi constatado que a metade dos europeus não poupa nem um tostão. Senti me tão feliz pelo facto que somos os mais ricos dos europeus que iniciava imediatamente buscar estes pés-de-meia. Embora tenha esvaziado todas as gavetas, pequena e grande, mesmo o mealheiro, não encontrei nem um euro nem um tostão desse dinheiro na minha casa.
O capitão Alatriste Intriga e conspiração na decadente Madrid do século XVII. O regresso das aventuras de capa e espada, numa série que é um êxito em todo o mundo.
O capitão Alatriste é um espadachim a soldo que se movimenta no submundo da decadente corte espanhola do século XVII. Valente como poucos, aprendeu a combater na Flandres ao serviço do exército espanhol, mas, agora, as lutas são outras: entre vielas e tabernas, desafia perigosos assassinos, conspiradores e, até, a Santa Inquisição. Rodeado de personagens cativantes, como o seu pajem Iñigo Balboa, o poeta subversivo Francisco de Quevedo, o inquisidor frei Emílio Bocanegra, o assassino Malatesta ou o diabólico secretário do rei Luis de Alquézar, o capitão Alatriste vê-se envolvido nas intrigas e conspirações que caracterizam a Madrid do século XVII. É uma época de profundas convulsões geradas pelo envolvimento, por ordem do rei Filipe IV, em diversas guerras desastrosas.
Vi o filme numa sala de cinema Saldanha Lisboa Segundo o folheto passa se a história na Flandres, mas, posso confirmar, apenas os dez primeiros minutos do filme, aliás esta cena na Flandres ocorre numa nevoeira densa, no pino do inverno, pois as arvores estavam nuas. Por isso não posso explicar o som das rãs no canavial.
Aliás gozei deste filme excelente, um pormenor engraçado era a presença de alguns soldados portugueses nas tropas espanholas , confirme a teoria que houve uma grande comunidade portuguesa em Antuérpia e que o bairro onde têm vivido ainda hoje existe e se chama"Bairro português"
Ao pequeno-almoço leio cada dia um jornal português e ouço a través o radio" Flandres internacional" só para ficar ao corrente das notícias na Bélgica.
Hoje o céu colore cinzento, o tempo ideal para fazer uma caminhada. Pelo passeio no paredão que tem de proteger a vila e os arredores de Costa da Caparica constato o mau estado da estrada, óbvio foi um inverno áspero, testemunham os seguintes buracos no alcatrão, mesmo, já têm de consertar de novo um quebra-mar que apenas o ano passado estava renovado. Mais adiante, o paredão quase desapareceu e as obras que estão a passar-se neste momento têm de servir para resistir mais à violência do mar. O bar "o Búzio" onde eu o ano passado tenho gastado tantas horas já não existe, engolido pelas ondas e foi substituído por um duna de dez e tal metros de altura. De repente uma bátega inesperada empeste a nossa curiosidade. Fugimos para o primeiro estabelecimento na praia. Durante a chuvada, ao ver como grossas gotas se esmagaram contra as janelas de plástico, e a chuva mais os ventos provocaram um rumor no tecto como se estivesse orquestrado, deixam - me ter saudades para Flandres e minha juventude, pois esta imagem de chuva no verão é típica por um país como Bélgica. No entanto, por um mês de Junho à Costa azul será uma coisa extraordinária.