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Ao ler um jornal português está chocante constatar quantas informações unilaterais ou preconceitos errados dominam sobre a Bélgica contemporânea. Por isso não está uma coisa estupenda que visitantes europeus encontram um país diferente como eles na realidade têm formado da Bélgica
A televisão portuguesa por exemplo apresenta sempre um primeiro-ministro belga falando francês e, os jornais portugueses citam sempre fundos unilaterais da Valónia. Apesar a maioria dos habitantes na Bélgica, a saber 58 por cento a flamenga tem como língua materna, apesar a economia flamenga tem de suportar o inteiro governo da casa da Bélgica. Não obstante, não conseguimos vender flandres como uma região independente na prensa internacional. Já 40 anos o dinheiro da região flamenga vai para uma economia precisada de Bruxelas e Valónia e isto sem obter uma melhoria significante das suas economias. Mesmo assim estamos apresentados na sua prensa e assim conhecidos na prensa internacional, como palermas lavradores e principalmente racistas sem culto. Estranho, visto que a segunda maior comunidade Judeia fora de Israel vive na Antuérpia e não foi a Flandres um dos primeiros centros do comércio internacional, um dos locais onde nasceu a moderna banca, financiadora dos descobrimentos portugueses e onde floresceu a crucial escola de pinturas flamengas, sem duvida um dos pontos culminantes de todo o génio europeu.
O grande medo dos francófonos, a separação total, é uma coisa que os flamengos não querem mas, toma em consideração a Flandres sem os deficits dos governos de Bruxelas e Valónia a flandres estaria uma das mais rica região da Europa. Por isso merecemos um pouco mais reconhecimento internacional e uma família real que ao menos fala um flamengo aceitável, Só a rainha de origem italiana está desculpada, embora Salvatore Adamo cantor e filho dum mineiro italiano fale a nossa língua quase perfeito.
Guimarães A primeira princesa portuguesa que deixou as suas terras para casar um duque de flandres era Teresa, filha do Afonso Henriques e Matilde.
Durante a ausência do duque (ele voltou à terra santa para combater) governava Teresa. Tinha atenção especial aos portugueses e um primeiro núcleo de mercadores instalarem se e fizeram bom negócios em Flandres. Teresa foi em todos aspectos uma boa mulher para o conde de Flandres. Só não lhe deu um herdeiro que ambos desejavam. Morreu em 1219.
Numa noite abafada, três homens estiveram alegremente sentados à mesa e as Horas passaram a passos largos mas só o número por cima da porta representava sinal de cansaço.
O santo António é conhecido nosso país como Santo António de Pádua. Fora de Portugal ninguém sabe que o bom homem é nascido e criado em Lisboa 15 de Agosto 1195.
Aos quinze anos já entrou para um convento. Enquanto estudava em Coimbra já o conheceu como pregador culto e apaixonado. Trocou se nome por António e ingressou na Ordem dos Franciscanos. A caminho para África o seu barco encalhou na Itália e, assim chegava à Pádua.
Onde morreu 13 de Junho de 1231.
Os lisboetas andam merecidamente com orgulho por ter um filho tão formoso, mas, sempre reagiam irritados quando fala do santo António de Pádua. Imediatamente vão se corrigir," não não, ele, é de Lisboa ".
zij reageerden schamper toen ik zij dat zijn familie van Boullion afkomstig was
Numa vez tinha uma conversa com alguns lisboetas simpáticos, falámos sobre o descendente célebre de Lisboa. Chamei a atenção que o nome de baptismo dele era Fernando do Martim de Bulhões e Taveira Azevedo e que o nome bulhões indique provavelmente que o Fernando tinha um pai ou avô belga, pois Bulhões (boullion) é uma cidade na Bélgica. Não tinha em conta a delicadeza do assunto. A companhia reagiu de troça e alguém chamou " primeiro eram os italianos que reclamam o Santo António e, agora são os belgas que querem roubar o nosso santo. Era melhor que guardasse silêncio, não sabia exactamente onde tinha lido esta história.
O sol poente deixa um clarão vermelho sobre a cidade, as andorinhas sobrevoam em voo rasante pelos telhados da velha Mouraria. É verdade, Lisboa entrou com a velocidade dum TGV no século vinte e um, mas ainda fica sempre uma velha e melancólica senhora que convida para vaguear lentamente pelos seus murros. Em vez de apanhar o eléctrico, que nos gemendo sob o seu peso levaria para o castelo, escolhemos um caminho mais fácil e andamos pela rua de alfândega ao nosso alvo, o velho coração da cidade.
Junho é um mês de festa, e é a segunda natureza dos portugueses . Um dia deste 770000 lisboetas vão celebrar o santo António. A multidão cresce a olho vista e todos os becos, ruelas, pracetas modificam-se num grande sardinhada aos todos os lados há mesas apinhadas, lisboetas a espera por uma porção de sardinhas grelhadas em companhia dum bom vinho. Enquanto as sardinhas estão a virar as costas em cima a brasa. Um coro estudantil de raparigas entoa uma canção num nevoeiro cheirando a sardinhas. Na corrente da noite o ambiente festejo toma posse da gente e a algazarra duplicou - se.
Aos murros da igreja são Vicente, uma fadista canta a sua dor, as guitarras soam clara na noite abafada, ouvimos com alento parado. No fundo brilha a cidade e as luzinhas da ponte vinte e cinco de Abril e na avenida de liberdade marcham os bairros enfrente dos olhos de milhares de pessoas para conquistar o desejado prémio da melhor marcha.
Apanhamos a camioneta, o condutor falhou uma carreira como piloto f1, mas afinal a noite acabou bem e era uma experiência fantástica.
O célebre pub Inglês que se situa nos arredores da praça da Terceira apresenta na sua montra sempre cervejas estrangeiras e, a menina dos olhos são as cervejas belgas. É evidentemente, nesta cervejaria não há uma escolha abundante como pôde encontrar na Bélgica, mas aquilo que têm a oferecer, deitam no copo preciso. Talvez seja um pormenor para os ignorantes desta bebida dourada, mas os amadores de cervejas especiais apreciam aquela qualificação. Se serva uma cerveja de alta fermentação fabricada pelos monges num copo de plástico, é considerado no meu país como uma maldade contra a humanidade.
Entre nós, cada cerveja é servido num copo específico e a cerveja deve ter cada uma a sua temperatura ideal. Afinal, beber uma cerveja belga é mais do que matar a sede é gozar duma delicadeza. Se quiser experimentar a cerveja belga uma por uma até achar a sua preferida, toma em consideração que ainda há 450 cervejas a sua espera. Aqui nossa terra de Flandres muito mais que em qualquer outro país se manteve a tradição para fazer cerveja e somos o único que usa quatro fermentações diferentes.
No dia 21 de Julho 1831 Leopoldo primeiro jurou lealdade à constituição. Desde então celebramos esse dia como dia nacional. Uma revolta contra o rei holandês resultou de novo numa separação do antigo território na altura de Carlos quinto. Para a flandres era isto uma devolução desastrosa, nem todos gostam essa devolução, os holandeses fecharam o rio Escalda e Antuérpia perdeu bruscamente a sua prosperidade recuperada, também uma grande parte da próvincia Brabant onde se falou a flamenga ficava território holandês. No que se refere a luta linguística, talvez seja para um estrangeiro difícil a compreender mas há uma lei que tem determinado as fronteiras de Flandres e Valónia e Bruxelas como cidade bilingue. Talvez não sabe mas Bruxelas foi uma cidade onde a população só falava o flamengo. Pôde imaginar que os espanhóis ainda ocupavam Portugal e que Lisboa era completamente uma cidade espanhola e o português uma língua secundaria.
Férias: Perceber Lisboa é ouvir o fado e descobrir a alma dos portugueses. Na Alfama, há várias tabernas e restaurantes onde se cante o fado. Conheço Lisboa tal como a minha algibeira. Então, apesar disso estou um profano em matéria dessa canção. Porém, se eu tivesse sangue português nas veias, com certeza absoluta saberia para onde vai, mas agora não.
Pela busca nas ruelas encontrámos felizmente uma senhora, alfacinha de gema que nos indicou um restaurante com fadistas reputados e comida boa.
À entrada era o Santo António com o menino Jesus no braço que nos dava as boas-vindas. A sala de tamanho limitado era arranjada numa maneira caseira. O busto de Amália Rodrigues brilhava à parede junto com fotografias dos outros fadistas célebres. As empregadas eram donzelas de idade madura com aspecto de ser bons garfos. Traziam a saia bastante curta e um avental branco de engraçadas manchas. Estivemos sentados numa mesinha no canto da sala e podíamos observar discretamente os outros clientes e as actividades das empregadas.
Durante o jantar os violinos foram afinados. Uma senhora entrou na sala, tinha uma mancha de rouge em cada uma das faces, e a roupa de musselina ornamentado com flores não destoaria nenhuma mulher. O xaile preto pendia solto sobre as costas e braços. A fadista tossia para aclarar a voz e ganhar tempo para suster os nervos. Afinal, entoa um fado. As palavras junto com o som da guitarra abrirão em frente de mim um mundo dum povo que enfrentou o mar desconhecido, dos marinheiros, pescadores, ruelas e becos de Lisboa ...., as despedidas, o infortúnio, a saudade ,a fatalidade do destino, e a presença interna do mar e Tejo.